Instalação de luz de 4 x 2,20 m composta por 9 caixas de luz com fotografias digitais pinhole que fazem parte do projeto “O MAR”.
Estes procuram registar as intuições estéticas da natureza, os seus movimentos inconscientes tendo como objeto o mar, o seu movimento constante, as suas cores, a geração contínua de linhas horizontais coloridas.
Com tempos de exposição longos e com um objeto Mar cuja forma está em movimento devido à cadência das ondas, há uma ruptura da indicialidade, porém não chega à dissolução total do “Índice” pois o objeto mar ainda é reconhecido .
A escolha de uma caixa de luz iluminada por LEDs como suporte tem a ver com o meu passado de escultor na necessidade de materializar a fotografia num objecto luminoso tridimensional. A reunião de nove caixas de luz na disposição escolhida reforça o carácter do objecto e a capacidade da obra para desafiar o espectador.
Nestes trabalhos parto de materiais produzidos pela própria natureza como plantas, folhas, caules, flores, galhos, gavinhas, troncos.
Essas técnicas, derivadas das propriedades do papel recém formado, são a matéria-prima que utilizo nesses trabalhos, com os quais “copio” as composições de plantas inteiras ou frações.
Minha busca é ouvir o que a “inteligência” do material tem a me dizer sem que o poder hegemônico da mente atrapalhe.
É assim que construo o meu respeito pelo material de que vai nascer a obra.
Dando continuidade às exposições coletivas na Brota bio Art Galerie, em agosto mostrei três caixas de luz da série O MAR de fotografias pinhole, e em dezembro dois objetos luminosos dupla face, um deles com duas imagens centrais do fotolivro RIO.